quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Paixão de Cristo


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 14,1- 15,47)


Jesus encontrava-Se em Betânia, em casa de Simão o Leproso, e, estando à mesa, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço. Partiu o vaso de alabastro e derramou-o sobre a cabeça de Jesus. Alguns indignaram-se e diziam entre si:
Para que foi esse desperdício de perfume?Podia vender-se por mais de duzentos denários e dar o dinheiro aos pobres.
E censuravam a mulher com aspereza. Mas Jesus disse:
Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa. Ao cair da tarde, chegou Jesus com os Doze. Enquanto estavam à mesa e comiam, Jesus disse:
Em verdade vos digo: Um de vós, que está comigo à mesa, há-de entregar-Me.
Eles começaram a entristecer-se e a dizer um após outro:
Serei eu?
Jesus respondeu-lhes:
É um dos Doze, que mete comigo a mão no prato. O Filho do homem vai partir, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser traído! Teria sido melhor para esse homem não ter nascido.
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse:
Tomai: isto é o meu Corpo.
Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele.Disse Jesus:
Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens. Em verdade vos digo: Não voltarei a beber do fruto da videira, até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus.
Cantaram os salmos e saíram para o Monte das Oliveiras.

Disse-lhes Jesus:
Todos vós Me abandonareis, como está escrito: ‘Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas’. Mas depois de ressuscitar, irei à vossa frente para a Galileia.
Disse-Lhe Pedro:
Embora todos te abandonem, eu não.
Jesus respondeu-lhe:
Em verdade te digo: Hoje, esta mesma noite, antes do galo cantar duas vezes, três vezes Me negarás.
Mas Pedro continuava a insistir:
Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei.
E todos afirmaram o mesmo. Entretanto, chegaram a uma propriedade chamada Getsémani e Jesus disse aos seus discípulos:
Ficai aqui, enquanto Eu vou orar.
Tomou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir pavor e angústia. Disse-lhes então:
A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai».
Adiantando-Se um pouco, caiu por terra e orou para que, se fosse possível, se afastasse d’Ele aquela hora. Jesus dizia:
Abba, Pai, tudo Te é possível: afasta de Mim este cálice. Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres.
 Depois, foi ter com os discípulos, encontrando-os dormindo e disse a Pedro:
Simão, estás a dormir? Não pudeste vigiar uma hora? Vigiai e orai, para não entrardes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.
Afastou-Se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras.Voltou novamente e encontrou-os dormindo, porque tinham os olhos pesados e não sabiam que responder. Jesus voltou pela terceira vez e disse-lhes:
Dormi agora e descansai...Chegou a hora: o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos. Vamos. Já se aproxima aquele que Me vai entregar.
Ainda Jesus estava a falar,quando apareceu Judas, um dos Doze,e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes, pelos escribas e os anciãos. O traidor tinha-lhes dado este sinal: Aquele que eu beijar, é esse mesmo. Prendei-O e levai-O bem seguro. Logo que chegou, aproximou-se de Jesus e beijou-O, dizendo:
Mestre.Então deitaram-Lhe as mãos e prenderam-n’O. Um dos presentes puxou da espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha. Jesus tomou a palavra e disse-lhes:
Vós saístes com espadas e varapaus para Me prender,como se fosse um salteador. Todos os dias Eu estava no meio de vós, a ensinar no templo,e não Me prendestes! Mas é para se cumprirem as Escrituras.
Então os discípulos deixaram-n’O e fugiram todos. Seguiu-O um jovem, envolto apenas num lençol. Agarraram-no, mas ele, largando o lençol, fugiu nu.
Levaram então Jesus à presença do sumo sacerdote,onde se reuniram todos os príncipes dos sacerdotes,os anciãos e os escribas. Pedro, que O seguira de longe, até ao interior do palácio do sumo sacerdote, estava sentado com os guardas, a aquecer-se ao lume. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus para Lhe dar a morte, mas não o encontravam. Muitos testemunhavam falsamente contra Ele, mas os seus depoimentos não eram concordes. Levantaram-se então alguns, para proferir contra Ele este falso testemunho:
Ouvimo-l’O dizer: ‘Destruirei este templo feito pelos homens e em três dias construirei outro que não será feito pelos homens’.
Mas nem assim o depoimento deles era concorde. Então o sumo sacerdote levantou-se no meio de todos e perguntou a Jesus:
Não respondes nada ao que eles depõem contra Ti? 
Mas Jesus continuava calado e nada respondeu. O sumo sacerdote voltou a interrogá-l’O:
És Tu o Messias, Filho do Deus Bendito?
Jesus respondeu:
Eu Sou. E vós vereis o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso vir sobre as nuvens do céu.
O sumo sacerdote rasgou as vestes e disse:
Que necessidade temos ainda de testemunhas? Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?
Todos sentenciaram que Jesus era réu de morte. Depois, alguns começaram a cuspir-Lhe, a tapar-Lhe o rosto com um véu e a dar-Lhe punhadas, dizendo:
Adivinha.
E os guardas davam-Lhe bofetadas.
 Pedro estava em baixo, no pátio, quando chegou uma das criadas do sumo sacerdote. Ao vê-lo a aquecer-se, olhou-o de frente e disse-lhe:
Tu também estavas com Jesus, o Nazareno.
Mas ele negou:
Não sei nem entendo o que dizes.
Depois saiu para o vestíbulo e o galo cantou. A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos presentes:
Este é um deles.
Mas ele negou segunda vez. Pouco depois, os presentes diziam também a Pedro:
Na verdade, tu és deles, pois também és galileu.
Mas ele começou a dizer imprecações e a jurar:
Não conheço esse homem de quem falais.
E logo o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro lembrou-se do que Jesus lhe tinha dito: «Antes do galo cantar duas vezes,três vezes Me negarás». E desatou a chorar.
Logo de manhã,os príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho,com os anciãos e os escribas e todo o Sinédrio. Depois de terem manietado Jesus, foram entregá-l’O a Pilatos. Pilatos perguntou-Lhe:
Tu és o Rei dos judeus?
Jesus respondeu:
É como dizes.
E os príncipes dos sacerdotes faziam muitas acusações contra Ele. Pilatos interrogou-O de novo:
Não respondes nada? Vê de quantas coisas Te acusam.
Mas Jesus nada respondeu,de modo que Pilatos estava admirado.
Pela festa da Páscoa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso à sua escolha. Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos, que numa revolta tinham cometido um assassínio. A multidão, subindo, começou a pedir o que era costume conceder-lhes. Pilatos respondeu:
Quereis que vos solte o Rei dos judeus?
Ele sabia que os príncipes dos sacerdotes O tinham entregado por inveja. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes incitaram a multidão a pedir que lhes soltasse antes Barrabás. Pilatos, tomando de novo a palavra, perguntou-lhes:
Então, que hei-de fazer d’Aquele que chamais o Rei dos judeus?
Eles gritaram de novo:
Crucifica-O!.
Pilatos insistiu:
Que mal fez Ele?
Mas eles gritaram ainda mais:
Crucifica-O!.
Então Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás e, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-O para ser crucificado.
Os soldados levaram-n’O para dentro do palácio, que era o pretório, e convocaram toda a corte. Revestiram-n’O com um mando de púrpura e puseram-Lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido. Depois começaram a saudá-l’O:
Salvé, Rei dos judeus!
Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante d’Ele. Depois de O terem escarnecido,tiraram-Lhe o manto de púrpura e vestiram-Lhe as suas roupas. Em seguida levaram-n’O dali para O crucificarem.
Requisitaram, para Lhe levar a cruz, um homem que passava, vindo do campo, Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo. E levaram Jesus ao lugar do Gólgota, quer dizer, lugar do Calvário. Queriam dar-Lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não o quis beber.
Depois crucificaram-n’O. E repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para verem o que levaria cada um. Eram nove horas da manhã quando O crucificaram. O letreiro que indicava a causa da condenação tinha escrito:«Rei dos Judeus.

Crucificaram com Ele dois salteadores,um à direita e outro à esquerda. Os que passavam insultavam-n’O e abanavam a cabeça, dizendo:
Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz.
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas troçavam uns com os outros, dizendo:
Salvou os outros e não pode salvar-se a Si mesmo! Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para nós vermos e acreditarmos.
Até os que estavam crucificados com ele o injuriavam. Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde. E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:
Eloí, Eloí, lamá sabachtháni?
que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?
Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:
Está a chamar por Elias.
Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse:
Deixa ver se Elias vem tirá-l’O dali.
Então Jesus, soltando um grande brado, expirou.
-Pai em Tuas mãos entrego Meu espírito...
O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo. O centurião que estava em frente de Jesus, ao vê-l’O expirar daquela maneira, exclamou:
Na verdade, este homem era Filho de Deus.
Estavam também ali umas mulheres a observar de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e Salomé, que acompanhavam e serviam Jesus, quando estava na Galileia, e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém. Ao cair da tarde– visto ser a Preparação, isto é, a véspera do sábado –José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, foi corajosamente à presença de Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos ficou admirado de Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, ordenou que o corpo fosse entregue e José. José comprou um lençol, desceu o corpo de Jesus e envolveu-O no lençol;
Depois depositou-O num sepulcro escavado na rocha e rolou uma pedra para a entrada do sepulcro.
Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde Jesus tinha sido depositado.

Um comentário:

  1. Já estamos na semana Santa, onde celebramos a morte e ressurreição Dele, o Filho de Deus, Jesus Cristo, o Homem que venho a terra para salvar eu, você e todos nós dos nossos pecados. Ele sendo o Filho de Deus não precisava ter morrido, para nos salvar. Mas Ele quis vir como Homem para te libertar da morte te transformar em um ser eterno.

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